Portugueses estão "cada vez mais pobres"
O presidente da Cáritas Portuguesa disse hoje, domingo, que o país está a vencer a batalha contra o défice à custa de muitos sacrifícios e sem que se permita às pessoas com mais dificuldades o acesso à protecção social necessária.
"Está-se a vencer esta batalha [défice] à custa de muito, muito, muito sacrifício e não se tem dado, paralelamente, condições às pessoas, sobretudo àquelas que estão em situações mais difíceis, para terem acesso à protecção social necessária para minorarem as dificuldades que estão a sentir", afirmou Eugénio Fonseca.
O responsável, que participou em Fátima no XI Encontro de Formação de Agentes Sócio Pastorais, considerou que os "próprios governantes reconhecem que as medidas que tomaram por via orçamental vão ter implicações na vida das pessoas que lhes vão gerar muitas dificuldades".
Adiantando que continua a ser solicitada ajuda à Cáritas e acreditando que assim vai continuar devido ao desemprego e à diminuição dos recursos disponíveis dos cidadãos, Eugénio Fonseca reiterou a "impossibilidade das instituições responderem a todas as necessidades".
Para o responsável, o "grande desafio" passa pela criação de condições para que as pessoas não se tornem pobres de longa duração, num momento em que, admitiu, a população portuguesa está cada vez mais pobre.
"Essa é uma constatação que só quem não quiser ver é que não reconhece isso, porque é inevitável", sustentou, enumerando a este propósito as repercussões das medidas que foram tomadas no âmbito dos planos de Estabilidade e Crescimento e do Orçamento para 2011.
Fonte: Jornal de Notícias (2011-01-06)
“84 milhões de pessoas ameaçadas pela pobreza na Europa”
Os países da União Europeia formam uma das regiões mais ricas do mundo, mas há ainda 84 milhões de pessoas ameaçadas pela pobreza, alertou hoje, domingo, a Comissão Europeia, apelando a medidas concretas dos Estados-membros.
A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala este domingo, o comissário Europeu do Emprego e Assuntos Sociais, Laszlo Andor, apelou a "acções concretas" que ponham em prática os compromissos assumidos este ano para reduzir a pobreza no espaço europeu.
"A decisão de tirar pelo menos 20 milhões de pessoas da situação de pobreza até 2020 é uma forte mensagem de que a União Europeia assume com seriedade a questão da inclusão social", disse o comissário em comunicado.
Laszlo Andor recordou que é tempo da Europa "transformar os compromissos em acções" e que a luta contra a pobreza é uma responsabilidade que deve ser repartida entre agentes sociais, políticos, media e organizações não-governamentais.
Este ano a Comissão Europeia deverá apresentar a Plataforma Europeia contra a Pobreza e a Exclusão Social.
Fonte: Jornal de Notícias, 201-10-17
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